Após 15 meses de ausência, Kiko Maria cumpre objetivo e cumpre, em pleno Autódromo do Estoril, as primeiras voltas no Campeonato da Europa de Velocidade (FIM CEV Moto 2), a antecâmara do Mundial de velocidade. Numa estratégia de risco mínimo, a jovem esperança do motociclismo português recolheu às boxes após 14 voltas. “Tínhamos decidido com a equipa que iríamos parar se me sentisse no limite. Não fazia sentido correr qualquer risco e comprometer o trabalho realizado”.
Kiko Maria, o piloto português que está na antecâmera do MotoGP, fez hoje uma enorme prova de superação, em pleno Autódromo do Estoril. A jovem esperança de 17 anos cumpriu 14 voltas na primeira corrida do Campeonato da Europa de Velocidade (FIM CEV Moto 2), confirmando assim o seu regresso à competição, após 15 meses de ausência por lesão. Depois da grande vitória assumida na véspera, ao conseguir qualificar-se para as duas corridas deste domingo, o objetivo de prosseguir a sua recuperação em pista, numa estratégia de risco mínimo, foi mais uma vez alcançado.
“Não existe treino que possa substituir a experiência da corrida. Estou a redescobrir músculos que já nem lembrava que existiam; estou a redescobrir o meu ritmo através da dor, mas é uma dor boa, reconfortante, porque significa que estou em pista. E essa é a minha grande satisfação: sentir que posso recuperar em competição, para mais numa moto e categoria novas, e ao lado de grandes pilotos que, como eu, estão a trabalhar para chegar ao MotoGP”, começou por afirmar Kiko Maria. “Sabíamos que a corrida ia ser especialmente difícil, por todo o esforço físico e tensão que implica. Mas mesmo aí rodámos 14 voltas, quando em todo o fim-de-semana não tinha feito mais de cinco voltas lançadas. Tínhamos decidido com a equipa que iríamos parar se me sentisse no limite. Não fazia sentido correr qualquer risco e comprometer o trabalho realizado; e por isso não entrámos também na corrida da tarde. O trabalho possível este fim-de-semana estava feito”.
Kiko Maria e a equipa Leopard Galp Junior Team adotaram uma estratégia cautelosa durante todo o fim-de-semana, com o objetivo de precaver qualquer contratempo. Na segunda sessão live de sexta-feira, por exemplo, o piloto nem chegou a rodar, devido à forte precipitação e às condições perigosas da pista. O foco estava na qualificação de sábado e em conquistar o direito de voltar à pista, neste domingo, para aí cumprir as voltas possíveis. E assim foi. “A qualificação para as corridas foi uma das vitórias do fim-de-semana. Sempre sem arriscar, e com a moto numa configuração sempre muito conservadora, percebemos onde já podemos rodar. Recuperámos tempo em cada saída para a pista e esse é o princípio que nos orienta o futuro imediato: encarar as próximas corridas passo a passo, com serenidade, sem riscos, em busca do tempo e dos segundos perdidos”, prosseguiu Kiko Maria, encerrando depois: “Foi um fim-de-semana tão duro quanto extraordinário. Rodámos o máximo em pista, com toda a cautela, a tentar aproveitar cada volta para recuperar ritmo e o endurance. Cumprimos esse objetivo, confirmando mais um passo muito importante neste regresso após 15 meses. Recuperar em plena competição é o melhor programa possível. Sentir que posso estar aqui deixa-me muito satisfeito!”.
Agora focado em prosseguir o trabalho de recuperação fora da pista, com o apoio da Fisiogaspar, Kiko Maria tem nova etapa do FIM CEV Moto 2 marcada para o segundo fim-de-semana de Maio, em Valência. “A estratégia mantém-se. O objetivo é continuar a dar bons passos na recuperação, acumulando voltas em pista e baixando tempo volta a após volta. Quero muito dar o melhor seguimento ao trabalho de todos aqueles que me têm apoiado, nomeadamente a minha família, os patrocinadores, a equipa e todos os médicos e fisioterapeutas. Sei por que razão estou aqui. Por isso quero fazer o melhor e continuar a ter a oportunidade de agradecer-lhes”.
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